Lutar às margens, ser a própria margem: revisitando o debate da fronteira pelo prisma das lutas políticas de mulheres na Amazônia

Autores

  • Laura dos Santos Rougemont Instituto PACS (Políticas Alternativas para o Cone Sul) – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil https://orcid.org/0000-0002-5939-8573

DOI:

https://doi.org/10.36920/esa31-1_04

Palavras-chave:

fronteira, mulheres-fronteira, violência política, comum

Resumo

Neste artigo, pretendemos revisitar o debate clássico acerca da fronteira dentro das Ciências Sociais e Humanas para, a partir dessas premissas, incluir algumas outras, de modo a situar a análise da fronteira desde a perspectiva de lutas políticas de mulheres na Amazônia – compreendendo a Amazônia como a fronteira interna por excelência. Apontamos que a dinâmica da fronteira é tanto um processo que se repercute socioespacialmente quanto também ideológica e simbolicamente, coadunando cercamentos territoriais com imposições de modos de pensar, ou seja, com “mentalidades de fronteira”. Assim, entendemos que a fronteira é um dispositivo epistemológico que nos permite observar uma condição humana de liminaridade, que extrapola a especificidade espacial, impondo hierarquias e subalternizações de corpos femininos fronteiriços, que são submetidos e violentados por razões e ações tipicamente masculinizadas na fronteira. A violência na fronteira carrega, portanto, um caráter político, que tem um peso diferencial para as mulheres que a habitam. Assim, a fronteira aqui é caracterizada como o lugar da violência política contra “mulheres-fronteira” e, por sua vez, como lugar de destituição de formas políticas que se aproximam das políticas do comum/da comunalidade.

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Biografia do Autor

  • Laura dos Santos Rougemont, Instituto PACS (Políticas Alternativas para o Cone Sul) – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil

    Assessora técnica de projetos no Instituto PACS (Políticas Alternativas para o Cone Sul). Pesquisadora do Mapa de Conflitos envolvendo Injustiça Ambiental e Saúde no Brasil, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal Fluminense (UFF).
    lsrougemont@gmail.com
    https://orcid.org/0000-0002-5939-8573
    http://lattes.cnpq.br/4415311499060274

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Publicado

29-03-2023

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