Nova chamada de trabalhos aberta na revista ESA: Seção Temática “Trabalho assalariado rural: permanências e novas questões”

A Seção Temática (ST) “Trabalho assalariado rural: permanências e novas questões” será publicada na revista Estudos Sociedade e Agricultura (ESA), organizada por uma comissão composta pelos professores Juan Manuel Villulla (Universidad Nacional de La Plata / CONICET, Argentina) e Mucio Tosta Gonçalves (Universidade Federal de São João del-Rei).

Os artigos devem ser enviados até o dia 19 de maio de 2024, por meio do sistema de submissão da revista.

Edital completo em: https://drive.google.com/file/d/1dYXFS1pMTrhaZXe3SiWFjAeFTwVfTWDM/view?usp=sharing

 

Os estudos sociológicos do mundo rural na América Latina apresentam, em seu desenvolvimento teórico e conceitual, uma tripla vacância.

Em primeiro lugar, existe um desequilíbrio na produção da sociologia do mundo rural na região, ainda que a sociologia agrária possua uma longa trajetória em quase todo o continente. Isto é um reflexo da forte urbanização das nossas sociedades, embora contraste fortemente com a importância da produção de commodities agrícolas e agroindustriais para as nossas economias primário- exportadoras.

A segunda vacância opera no interior da sociologia agrária: a de estudos que deem conta do trabalho e dos trabalhadores(as) rurais. Isto contrasta fortemente com a importância social e produtiva deste coletivo: são muitas vezes a maioria demográfica entre os ocupados no mundo rural, e mesmo que não o sejam, em geral constituem os principais produtores diretos de valor. As características sociais e as condições de vida destas maiorias operárias silenciosas são pouco conhecidas pelas sociedades em que vivem e trabalham. Quando se considerada a pesquisa sobre o mundo do trabalho rural, parece existir uma invisibilidade de assalariados e assalariadas rurais – mais de 25 milhões de pessoas na América Latina, segundo dados da FAO. As condições e processos de trabalho de tais trabalhadores e trabalhadoras combinam perversamente formas arcaicas e modernizadas de exploração e precarização – ainda que existam formas (também pouco analisadas) de resistência.

A terceira vacância refere-se à escassez de estudos sobre a dimensão cultural e subjetiva desta classe de trabalhadores(as), para além das informações quantitativas ou relativas às suas condições de trabalho. Uma lacuna importante é a relativa às características identitárias e culturais de trabalhadores (as) rurais nos contextos das transformações recentes da agricultura capitalista no campo – a mecanização, a adoção de controles gerenciais e o trabalho não manual sendo manifestações importantes de tais mudanças.

Neste sentido, os organizadores esperam contribuições que versem sobre a produção teórica da sociologia rural no continente, aprofundando a discussão sobre o assalariamento rural no continente, considerando o quadro da produção sociológica sobre o rural e o agrário.

Espera-se, portanto, que os artigos que irão compor a Seção Temática forneçam novas interpretações sobre um sujeito e sobre processos que vem se estabelecendo há muito, mas são pouco visíveis. Com isto, a referida Seção Temática contribuirá para ampliar o debate sobre as (re)configurações do mundo do trabalho nos contextos das modernidades capitalistas no espaço rural latino-americano.

 

Normas para apresentação de artigos

1. Serão aceitos textos na forma de artigo. No total serão selecionados até 6 (seis) artigos.
2. Caberá aos Organizadores da ST e ao Comitê Editorial a decisão final sobre a publicação dos textos.
3. Os originais devem respeitar todas as condições para submissão e diretrizes para autores da revista (https://revistaesa.com/ojs/index.php/esa/about/submissions) e serão selecionados, preferencialmente, artigos de autores vinculados a departamentos e programas de pós-graduação dentro das Ciências Sociais (Sociologia, Antropologia e Ciência Política), que é o escopo da revista ESA.
4. A análise e a avaliação dos artigos submetidos serão feitas em etapas. Na primeira, o Comitê Editorial analisará os artigos, verificando se obedecem às diretrizes da revista. Depois, os organizadores avaliarão se os artigos estão dentro do escopo da ST e, aqueles considerados aptos, passarão por uma avaliação cega feita por dois avaliadores ad hoc que emitirão pareceres sobre a pertinência da publicaçã Após essa avaliação poderão ser sugeridas aos autores modificações nos trabalhos. Todos os artigos passarão pelo sistema de avaliação cega por pares da revista ESA.
5. Importante: ao submeter o artigo, favor escolher no campo Seção (primeira página do processo) a opção “Seção Temática Trabalho assalariado rural: permanências e novas questões” ou acrescentar nos “Comentários para o Editor”(parte final do processo) de que se trata de artigo para a Seção Temática “Trabalho assalariado rural: permanências e novas questões”. Caso isso não seja feito, a submissão será automaticamente direcionada pelo sistema para o fluxo contínuo da revista e poderá perder os prazos próprios de avaliação e publicação da ST, sem que isso seja da responsabilidade da revista.

Dúvidas e mais informações: estudoscpda@ufrrj.br